Comportamento Agressivo em Cães

 





Escala de Mordida do Dr. Ian Dunbar nos permite obter uma avaliação da capacidade reativa do cachorro, pois determina a gravidade da mordida de um cão com base em uma avaliação imparcial. A gravidade da lesão (ou da não lesão) é classificada em 06 (seis) diferentes níveis. Isso nos possibilita desenvolver um diagnóstico e um prognóstico razoável sobre quanto tempo, habilidade e risco podem ser esperados na reabilitação do cão

Cães nível 1 e 2 são realmente bastante seguros e facilmente reabilitados. Esses cães precisam de reabilitação imediata e esses problemas podem ser resolvidos com um risco mínimo. De certa forma, pode-se dizer que os cães reagiram de forma agressiva, mas inibiram sua resposta de forma a não causar lesões, quando poderiam facilmente ter causado.Claro, se você não intervir, esta situação certamente irá piorar. Por isso, as mordidas de nível 1 ou 2 não devem ser ignoradas. 

Uma pequena minoria de mordidas é nível 3 ou superior. Neste ponto, o cão está puncionando a pele e então sabemos que a inibição da mordida do cão não é confiável – esse cão é capaz de causar sérios danos a alguém. O tutor de um cão que tem mordida nível 3 ou superior, precisa da ajuda de um comportamentalista positivo imediatamente. Nível 3: O cão não é excessivamente perigoso, mas muito mais suscetível a ter medo, ou ataques fora de controle. Sem tratamento, outras mordidas de Nível 3 podem escalonar lentamente, especialmente se o cão estiver sob stress (assustado, encurralado, maltratado, etc). 

Nivel 4: O cão tem inibição de mordida insuficiente e é perigoso. O prognóstico para a resolução não é muito bom, pois é muito difícil e perigoso tentar ensinar a inibição da mordida a um cão adulto com uma mordida pesada e porque a comunicação com o tutor é rara neste casos. O cão é um mordedor nível 4 e é capaz de infligir um dano considerável quando morder novamente

Nível 5 e 6: O cão é extremamente perigoso e mutila suas vítimas. O prognóstico é terrível. E infelizmente, neste caso o convívio com pessoas precisa ser revisto.




COMPORTAMENTO AGRESSIVO EM CÃES

É muito importante que tenhamos uma melhor compreensão da etiologia da agressividade dos cães pois, se esse processo possuir base genética, podemos identificar os cães mais ou menos agressivos e promovermos a seleção do comportamento mais desejado.

A base genética do comportamento agressivo não é de fácil compreensão. Apesar disso estudos em cães e humanos mostraram que os genes que participam do sistema serotonina/dopamina estão envolvidos com o comportamento agressivo nestas espécies, onde a redução da serotonina e da dopamina é, potencialmente, capaz de aumentar o comportamento agressivo.

Estudos genéticos quantitativos em cães encontraram estimativas de herdabilidade de médias a altas e positivas para o caráter agressão. Herdabilidade é o parâmetro que estima o quanto da variação total de uma determinada característica quantitativa, entre indivíduos de uma população, é de origem genética aditiva. Esse dado é importante pois sabemos que quanto maior a estimativa da herdabilidade de uma característica, maior é a probabilidade de se ter sucesso com a seleção desta característica.

Outros estudos genéticos da agressividade canina sugerem que a incidência do comportamento agressivo em cães esteja associada a cores sólidas, principalmente a cor vermelha. Estudos em gatos também sugerem implicações da cor de pelagem com a agressividade.

O fato da melanina compartilhar de um precursor comum à dopamina e noradrenalina sustenta a hipótese de que os genes associados à cor possam ter efeitos pleiotrópicos (quando um mesmo gene afeta mais de uma característica) sobre o comportamento agressivo.

Independentemente desses estudos sabemos que o modelo genético do comportamento animal é complexo e influenciado pela interação entre genes e pelo meio, não seguindo um padrão mendeliano simples de herança. O fato dos estudos detectarem alta herdabilidade para o caráter agressividade canina, sugere que somos capazes de obter linhagens menos agressiva aplicando os modelos de seleção adequados.



Dicas de Leitura

Bite Scale

Association of dopamine‐ and serotonin‐related genes with canine aggression

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